Ação promove a degustação de alimentos que serão inseridos na merenda escolar

Uma ação em conjunto entre secretarias do Estado proporcionou a apresentação e degustação de produtos da agricultura familiar, nesta quarta-feira, 18, na sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Belém. O alimento deverá ser inserido na alimentação escolar proporcionando um cardápio mais nutricional e regional; além de fortalecer a agricultura familiar estadual.

O projeto está sendo articulado por meio da Câmara Técnica de Comercialização, Agroecologia, Produtos Orgânicos e Sociobiodiversidade (Ctcapos) que reúne a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), e outras instituições.

“O objetivo da proposta é trabalhar em rede com as diversas instituições para ampliar a produção agroecológica, produtos orgânicos e sociobiodiversidade, promovendo a comercialização de produtos da bioeconomia e áreas de florestas ligadas a sistemas agroprodutivos”, destacou a chefe do Núcleo de Metodologia e Comunicação (NMC) da Emater, Cristiane Corrêa, veterinária e mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável.

A degustação mostrou a biodiversidade no Estado com produtos vindos de associações e cooperativas do interior do Pará, em municípios como Medicilândia, Floresta do Araguaia, São Félix do Xingu, Tailândia, Paragominas e Parauapebas. Entre os alimentos estavam a farinha de babaçu, que pode ser usada em vários preparos como bolo e tem alto valor nutricional; o chocolate 30% e 50% de pureza que pode substituir o achocolatado e ainda ser usado no preparo de bolos; mel que substitui o açúcar; sucos feitos de polpas de frutas; castanha do Pará; castanha de caju, farinha e queijo.

“No tema alimentação escolar é fundamental que seja pensada a partir da característica do território, não só porque o alimento tem um vínculo cultural com o estudante, mas que também desenvolver os produtores locais do território ajuda na educação. Muitas vezes o produtor que está ali é o pai, é a mãe de um estudante que está dentro da escola do Estado”, explicou o secretário adjunto de Planejamento e Finanças da Seduc, Patrick Tranjan.

“E dentro deste contexto de agricultura familiar, é importante destacar a qualidade do alimento que a gente consegue ter, trazer um alimento limpo, livre de agrotóxico, isso é fundamental. A depender do alimento, ele nem é encontrado no mercado livre de agrotóxico, a não ser dos produtores locais da região. As secretarias só têm a ganhar com essa parceria, quanto mais órgãos e instituições estiverem envolvidas neste processo, mais a educação ganha, e no final das contas quem ganha é o estudante e o professor que está dentro da escola, a comunidade escolar para além das instituições, essas pessoas que de fato vivem isso e dependem desta alimentação saudável”, concluiu.

O projeto vai possibilitar uma alimentação rica em nutrição, com características regionais, além de ampliar a aquisição de alimentos via Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) para atingir a meta de alcançar pelo menos 30% de compras por meio dessa modalidade, que atualmente está em torno de 13%”.

“Para nós, como técnicos, é uma grande oportunidade de conseguirmos o objetivo de sermos nutricionistas na alimentação escolar, que é garantir uma alimentação equilibrada, saudável e melhor que isso, regionalizada, valorizando os alimentos, a vocação agrícola de cada região, porque nós estaremos felizes com os dois pontos alcançados, que é ofertar merenda nutricionalmente balanceada para o aluno e também garantir que o município seja beneficiado, ofertando os seus produtos agrícolas daquela região na merenda escolar”, destacou a  nutricionista da Seduc, Daniele Lobato.

“A contribuição para o desenvolvimento rural é total, com o aperfeiçoamento das compras institucionais para a alimentação escolar que o Governo do Estado irá promover com a iniciativa dos órgãos com a Seduc, para aperfeiçoar o cardápio oferecido nas escolas, para melhor alimentação das crianças. Isso tem um impacto positivo na educação, crianças e jovens bem alimentados aprendem mais e o impacto também é muito efetivo no desenvolvimento local, porque grande parte destes produtos virá dos agricultores familiares, de comunidades extrativistas, de povos indígenas que produzem em todo o Pará uma extraordinária diversidade de produtos de suas roças, mas também daquilo que é extraído da floresta, da sociobiodiversidade, como o açaí, o cupuaçu, o cacau, o taperebá, alimentos que serão oferecidos em polpas nas escolas. Isso que estamos desenvolvendo tem um grande potencial para contribuir com a bioeconomia, para a conservação das florestas, para manter a floresta viva e produtiva”, explicou o diretor de Organização Produtiva e Comunidades Tradicionais, da Seaf, Anderson Serra.

Está sendo formado um comitê técnico com as secretarias e órgãos envolvidos na ação, que estará elaborando um plano de trabalho e normativas que vão orientar as ações do projeto, como a realização da chamada pública específica para a aquisição dos alimentos. O comitê está sendo formado a partir do Grupo de Trabalho (GT) de comercialização da Ctcapos que já existe para tratar desta temática.

Texto: Sarah Mendes/Ascom Emater/ Fotos Mirian Bento/ Agência Pará

 

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